sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sou jovem, não me condene por isto

Tem muita gente deixando de louvar a Deus, com cânticos, com palmas e com brados de vitória por medo do que o irmãozinho ou a congregação vai dizer a seu respeito.  Sinceramente, jovens tem se perdido dentro da igreja por falta de espaço. Muitos tradicionalistas acabam moldando a Casa de Deus segundo a própria vontade e tratam à ferro e fogo nossa juventude.   Se um jovem aplaude, ele dado a espetáculo;  se ele dança é mundano,  se ele sorri demais e faz zoações (saudáveis, ta?) ele é fanfarrão.E por aí vai...

Já em outros arraiais, algumas etapas da vida estão sendo furtadas por conta do tradicionalismo e por conta do padrão adotado pela maioria dos antigos.  Os adolescentes estão tendo que dar um salto da adolescência para a fase adulta,  infelizmente por excesso de tradicionalismo, um jovem mais enérgico e brincalhão acaba  sendo tido como arruaceiro e pecador.  Sendo que geralmente quem acusa esse perfil como sendo errado para um cristão, também não esta correto, pois se ser cristão é ter um comportamento de total letargia, com a afeição carrancuda, sem ânimo para gritar um "Glória a Deus", eu prefiro não ser.  Não creio que alegria seja pecado, nem muito menos que um comportamento mais enérgico leve alguém para o inferno.

O mais triste é que enquanto fechamos as portas para nossos jovens,  o mundo esta de braços, portas e janelas escancarados pronto para recebê-los. E esse mesmo 'mundo' é sábio o suficiente para não questionar o estilo de cada indivíduo (obs. não estou fazendo apologia comportamentos incorretos) mas sim dizendo que uma pessoa pode sim,  ser cristã convertida sem ter que perder a alegria, a energia e a vontade de fazer coisas divertidas.

É algo simples de se entender. Responda sinceramente: onde você se sentiria mais querido, num lugar onde todos te metem 'malho' e questionam até a cor do seu sapato ou em um lugar onde abraçam sua individualidade?   Logo, não é dificil entender porque temos muitos jovens deixando a igreja para estarem em lugares que os tem acolhido melhor que a comunidade de onde sairam.

Cristo teve 12 discípulos, cada um com um temperamento, um estilo de vida, um modo de falar, de vestir e etc...  Não foram feitos em uma linha de produção onde todos teriam saído exatamente iguais, pelo contrário, justamente pelo comportamento diferente de cada um é que eles conseguiram falar e serem aceitos por pessoas de diferentes comportamentos.

Que fique claro que não estou falando em trazer o mundo para dentro da igreja e transformar a igreja em um "sambalêlê", mas sim que devemos ser mais sábios com relação a algumas atitudes pois não existe pecadinho nem pecadão. Quer um exemplo prático?  Se um jovem pinta o cabelo de louríssimo, metade da igreja vai questioná-lo, dizendo que isso não fica bem para um jovem cristão, só que a maioria dessa metade questionadora vai fazer a chamada "fofoquinha santa", falando, maldizendo e criticando a criação daquele jovem, falando que ele não é convertido e etc... (quem já sofreu isso, sabe do que falo)  Só que mesmo sendo a tal 'fofoquinha santa' é pecado. Nem mais, nem menos; é pecado!

Ame mais, julgue menos!
Ore mais, perca menos!
E que Deus nos abençôe!

Só entre você e Deus

Atualmente há uma variedade de canções que declaram dependência e total entrega de nossas vidas à pessoa de Cristo.  Não são raros os versos cantados que contenham linhas como o refrão da música "Abro mão" do ministério Toque no Altar.  De fato não são  apenas canções e é preciso que se entenda e que haja um compromisso com o que estamos cantando, pois dizer para Jesus que abrimos mão de nossos sonhos, planos, prazeres e nossas vontades não deveria ser algo banal que apenas é cantado por estar escrito na letra da canção.

E como o povo gosta de criar debate sobre tudo, esse tema não poderia ficar de fora.

Por vezes cheguei a presenciar alguns irmãos comentando dessa ou daquela música, geralmente um dizendo que a canção o abençôou e outro defendendo que cantar determinada canção dentro da igreja é pecado.   Outros chegam a dizer que se o grupo de louvor entoar canções como a "Abro Mão" citada acima, estaria levando a congregação ao pecado e reforçam com questionamentos do tipo: "será que abre mão mesmo?" "Será que se entrega de verdade?" entre outros.

A meu ver, isto parece disputa de poder. Rsrs

Os irmão acabam se esquecendo do senso de unidade e partem para defender seus pontos de vista, se esquecendo de que salvação é individual, o louvor é individual, a verdade e o compromisso com o que esta sendo dito à Deus  é algo individual.

Quando abro minha boca para dizer que "abro mão dos meus sonhos e planos, carreira e familia, e abro mão das riquezas e até mesmo abro mão da minha vida por Cristo" - Aqui pra nós: é um problema meu!  Isso é algo individual!  Cabe somente a Deus julga qual a sinceridade com a qual estou dizendo isto; e esse mesmo Deus que conhece minhas fraquezas sabe se na hora da prova eu recuaria ou cumpriria o que cantei, mas ainda assim Ele é o único que tem como medir se realmente cantei com um coração comprometido em espirito e em verdade ou simplesmente cantei um Hit de Sucesso.  E assim é também com você. Ninguém jamais pode olhar para você e dizer que você esta louvando e adorando de verdade ou somente cantando uma musiquinha da moda. Isso é entre você e Deus.

Pense nisso e não se entregue julgo, antes louve e exalte ao Senhor
e ore pelo crescimento espiritual dos irmãos.

Um abraço,
Fike na P@Z!

domingo, 8 de julho de 2012

O mais gentil dos homens

Alguns dos mais significativos ensinamentos de Jesus não foram ministrados às multidões, nem estiveram presentes nos seus concorridos sermões; foi durante conversas particulares que o 'homem Deus' tratou de assuntos vitais para a vida da Igreja.

Hoje, quando ministramos a Palavra, não raro utilizamo-nos de informações deixadas numa situação de aparente singeleza; por hábito, nossa atenção se dirige para as eloquentes manifestações de sabedoria e graça (e fazemos bem quando lemos áreas da Bíblia que registram os ensinos públicos do Senhor Jesus).  Entretanto, grande parte da nossa formação tem por alicerce as conversas particulares, quando Jesus deixava tudo, inclusive as multidões, para prestar atenção a homens, mulheres ou crianças, gente a quem ninguém mais prestaria atenção.
A qualidade do tempo que o Cristo dispensava a essas pessoas (e continua fazendo isso hoje no Espírito Santo, Deus na igreja) fez diferença naquele dia e todos os subsequentes dias das suas vidas e, por conseguinte, altera e abençoa nossas vidas ainda hoje.

Grato sou ao Espírito por dirigir os evangelistas (destaque para João) na tarefa de registrar essas particulares manifestações de sabedoria e graça do Senhor. Sendo Deus Todo-Poderoso, o Verbo Encarnado foi também o mais gentil dos homens a andar entre nós; ignorava o calor, a fome e o cansaço pra falar com anônimos.
Deixava as multidões esperando, pra 'gastar' tempo com outra pessoa a quem os outros, no mínimo enxotariam, e no máximo, apedrejariam. Quanto amor aprendemos nas circunstâncias de aparência simples envolvendo o Senhor!

Bartimeu encerraria sua carreira de cego mendigo ali na entrada de Jericó, não fosse a graciosa atenção de Jesus dispensada a ele, Jesus deixa a impaciente e egoísta multidão e se dedica ao ignorado; mais que inclusão social o Mestre leciona compaixão.

Sob o sol e poeira da Palestina, exausto e faminto, puxa conversa com a samaritana, outra a quem as pessoas “de bem” evitavam (ou acha mesmo que era normal buscar água ao meio dia? Ela não poderia aparecer pela manhã, as mães de família estariam lá, talvez até uma ex-esposa de algum enfeitiçado pela “destruidora de lares”).

E Zaqueu? Somos informados da conversa pública, um rápido registro; mas imaginemos as particulares palavras deixadas na alma daquele homem, pelo resultado sabemos.
Maravilhoso é perceber que mesmo dirigindo-se para Jerusalém, no firme propósito de se deixar assassinar em uma cruz, o Senhor gasta tempo com gente comum, dispensa-lhes cuidados e atenção.
 
As ricas e particulares conversas de Jesus nos amparam hoje nas dificuldades, pois qual situação pode apresentar-se mais dolorosa que a de Jairo? Com a filha única à beira da morte, despe-se de qualquer convenção religiosa e vai procurar ajuda onde pode encontrar ajuda, e quando as coisas caminham para um desfecho feliz, aparece, sabe-se lá de onde, uma mulher que precisa desesperadamente de atenção.
Gastar precioso tempo com gente a quem ninguém dava importância, este era o jeito do Senhor, gastar-se; uma condição tão desesperadora e urgente e naquele momento Jesus apresenta-se em toda a Sua compaixão por aqueles que parecem ovelhas sem pastor. Parecem.
Ao lermos sobre os criados de Jairo trazendo a notícia da morte da sua filha, não podemos sequer imaginar a contrariedade que tomou conta do coração dele; foi por pouco, “se aquela mulher não tivesse aparecido, minha filha teria uma chance”. Outra conversa particular e esta exige um grau de confiança sem paralelo, a filha morta e Jesus dizendo: “Não temas, somente creia!”.

Protegido pelas sombras da noite, Nicodemos espreita pra depois aproximar-se do Messias e iniciar a mais significante das conversas particulares que servem como base da fé cristã; o novo nascimento.
A profundidade do diálogo nos encanta, Nicodemos atribulado entre a tradição judaica e a pregação do Cristo; somos nós ali, entre nossos próprios cuidados e a mensagem da cruz, ajudados de antemão; Jesus estabelece naquela conversa o princípio da salvação.
Naquele diálogo Nicodemos começa a nascer de novo, basta prestar atenção no evangelista, que cita dois outros momentos importantes da caminhada de Nicodemos; a conversa particular deu frutos.
O tempo gasto com cada pessoa foi de singular significado na vida de cada uma delas, e toda a nossa orientação deriva de tais conversas e ensinos; para isso encarnou o Verbo, para que tenhamos abundante vida.

“Esticando as vistas” até o AT encontramos Elias na caverna, que tribulação! Sem destino, sem respostas nem segurança e aparentemente sem ninguém a quem recorrer.
Ele tenta encontrar Deus em muitos lugares, em muitas manifestações, mas só encontra confusão e ruídos, nada que lhe valha ou sirva; o Senhor precisou esperar aquele moço encerrar a sua procura nos lugares onde Ele, o Senhor, não estava, para Se manifestar da forma que ele, o moço, não esperava.
No evangelho escrito por Marcos está registrado que às três da manhã Jesus deixa a casa de Pedro, protegido pela escuridão e vai para um lugar deserto pra ficar a sós com o Pai, outra conversa reservada.
Hoje quando perguntamos a alguém: “como vai?”, recebemos como resposta: “tô na correria!”, que é uma forma de expressar a pressa e agitação dos nossos dias quando gastamos nosso tempo correndo atrás das coisas, necessárias ou não. (correria é também a gíria usada pelos viciados pra explicar a agitação, logo cedo pelas ruas; todos estão na correria pra levantar uns trocados e comprar uma de dez, pelo menos).

Desacelerar é preciso (parafraseando Pessoa) e urgente; parar e prestar atenção nas particulares e quase imperceptíveis manifestações do Deus na Igreja e em nós, o Espírito Santo. Desacelerar no trabalho, na igreja, em casa, no namoro; gastar tempo percebendo coisas para as quais sequer olhamos de soslaio; observar os detalhes da comunicação.
O Espírito Santo, Deus em nós e na igreja, fala sem cessar ao nosso intelecto e coração, mas quase tudo passa despercebido, pois conversas particulares não estão entre os nossos hábitos; por isso há tantos doentes entre nós, e não poucos os que dormem.
 
 
Crédito:
Missão Vida, porque eu samo gente.
Magno Aquino Miramontes

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